Ministério da Cultura lança Pontos de Memória na inauguração do Museu de Favela no Pavão-Pavãozinho e Cantagalo
Ministério da Cultura lança neste sábado, 14 de fevereiro, durante inauguração do Museu de Favela, no complexo Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, no Rio de Janeiro, nova ação do Programa Mais Cultura, os Pontos de Memória. A prioridade é implantar museus nas 12 regiões metropolitanas atendidas pelo Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), com orçamento previsto de R$ 3,5 milhões. Além dos 12 Pontos de Memória, a ação capacitará 72 agentes e coordenadores de museus comunitários e implantará 24 projetos de atividades culturais nestes museus.
Os Pontos de Memória tem por concepção reconstruir a memória social e coletiva das comunidades, a partir do cidadão, de suas origens, histórias e valores, além de criar condições para que a comunidade se transforme em protagonista de sua própria história. A partir do reconhecimento do novo museu como um Ponto de Memória, o Mais Cultura, por meio do Departamento de Museus e Centros Culturais do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Demu/Iphan), apoiou o projeto de implantação do Museu de Favela, com visitas técnicas, encontros e cursos sobre Educação em Museus; Museus, Memória e Cidadania; e Plano Museológico. Para 2009, o Museu de Favela deverá receber do Mais Cultura um investimento em torno de R$100 mil.
A solenidade de lançamento dos Pontos de Memória e de inauguração do MuF acontecerá às 15h, na Quadra da Escola de Samba Alegria da Zona Sul, e terá a presença do diretor do Demu/Iphan, José do Nascimento Júnior, do coordenador de Relações Institucionais do Ministério da Justiça, Celso Paz, e da gerente de Projetos da Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI), Telma Teixeira.
A programação contará com produções culturais da comunidade - performances, apresentações teatrais e musicais, além da exposição Um Despertar de Alma e de Sonhos, Pavão, Pavãozinho e Cantagalo, que será aliada a uma jornada ao vivo de 25 grafiteiros, que vão trabalhar sobre o tema da mostra nas fachadas da Escola de Samba.
Museu de Favela - MuF
No turbilhão de idéias dos moradores de um complexo de favelas carioca insatisfeitos com o estado das coisas, mas com muita motivação e energia, surge a idéia de criar uma organização não governamental capaz de transformar o morro em um monumento turístico de valorização da memória cultural coletiva. Nasce o Museu de Favela (MuF) - um grande roteiro de visitação turística, a céu aberto, que percorrerá os morros do Pavão, Pavãozinho e Cantagalo, contando a história de formação de favelas, das origens culturais do samba, da cultura do migrante nordestino, da cultura negra, das artes visuais e da dança.
O MuF terá como missão desmitificar a imagem das favelas como guetos, associadas só à violência e à miséria a partir da valorização da diversidade cultural da comunidade expressa no samba, capoeira, dança de salão, forró, rap, grafite, artes plásticas, rádios comunitárias, artesanato, arte popular, e também dos bares, pensões e construções que mantêm a identidade típica de favela.
De acordo com Kátia Loureiro, uma dos 16 dirigentes e sócios fundadores do museu, o MuF surge para valorizar as raízes culturais e a identidade coletiva da comunidade de favela e para fortalecer as condições de inserção social, urbana e produtiva dos moradores.
“As favelas são testemunhos vivos de uma parte da história recente de expansão das cidades brasileiras e em especial da cidade do Rio de Janeiro. Sabemos que elas têm sido palco de conflitos crescentes, mas acredito que possam se transformar num lugar geográfico e político de soluções, a partir de seus melhores valores. A cultura e o calor humano estão entre eles”, ressalta.
A primeira diretoria do MuF conta com representantes de diversas entidades e de moradores que já atuam na comunidade. Eles trabalham na captação de recursos, elaboração e implementação de projetos, cooptação de parceiros, conscientização comunitária, capacitações, treinamentos, estudos e projetos que assegurem resultados sociais e econômicos para os moradores dos morros.
Mais informações no (61) 3414-6234 ou no demu@iphan.gov.br.
(Departamento de Museus e Centros Culturais do Iphan/Ministério da Cultura)
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