" É meia,meia,meia/ meia-mole, meia dura/ com meia-passagem ninguém me segura"
Era um sábado, dia 28 de fevereiro, em plena ressaca de carnaval.O lugar: Praia do Flamengo 132. Estudantes,artistas reunidos no terreirão da UNE.O nome do bloco: "Se Não Me Der Eu Tomo". Senhores da banda Universal com seus tambores e metais cantavam marchinhas e sambas inesquecíveis.Foram para a rua. Todos em frente a sede histórica. Moradores olhavam e dançavam;passantes olhavam e dançavam.Os estudantes cantavam,mexiam seus corpos, e exebiam o ônibus da meia passagem, adereço construído pelos artistas do Centro Universitário de Cultura e Arte.Sim era mais uma manifestação estudantil;Sim era a UEE e a UNE;Sim era o CUCA filho do antigo CPC.A bandeira era "Meia-Passagem já!".
A idéia floresceu no dia 14 de fevereiro quando foi lançado o "bloco da meia-passagem".O mesmo já percorreu dois universidades: a Castelo Branco e a UERJ.A banda Universal, juntamente com a UEE-RJ e o CUCA-RJ, chamavam os estudantes das universidades para assinar o abaixo-assinado da meia-passagem.Os atores circenses foram param ruas com cartazes e muita irreverência para mostrarem para as pessoas (sociedade) que circundavam o local do ato para mobilização. Carnaval, arte e reivindicação.
E o grito era claro: " O prefeito prometeu, o estudante vai cobrar: meia-passagem já!".Estudantes pintavam a cara de verde e amarelo: "Os caras pintadas".Estudante brasileiro é alegre, é festivo, é carnavalesco.Mesmo com todas as mazelas, dificuldades materias...O povo samba.Exigir um direito com carnaval.Deixa a fantasia! deixe que eles se encham de fantasias! É arte! é a mentira que pode revelar uma verdade.É teatro, é festa da carne. Quem falou que o povo brasileiro não tem "classe"? Quem falou que a universidade não tem classe? e os universitários? será que todos tem grana para passagem? quantas xerox são obrigados a pagar? Direito para quem não tem direito. Direito senhor prefeito.
As entidades estudantis e o movimento cultural com isso querem dizer que mobilização se faz também com irreverência. O movimento estudantil é outro. A história é outra.Século XXI.Por isso,os métodos mudam,os estudantes mudam, os movimentos sociais mudam.Como atingir os estudantes hoje? como politizar os despolitizads? é nessas tentativas que a gente vai experimentando a melhor forma de dialogar com aqueles que ficam pensando o seu futuro em frente ao quadro do professor e com aqueles que olham para o concreto do templo do conhecimento como a salvação.
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