sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Solenidade de lançamento do Fundo Setorial do Audiovisual

Presidente Lula da Silva defende investimentos também em Cultura para enfrentar a crise

O aumento do investimento público num momento de crise financeira internacional foi defendido, nesta quarta-feira, 4 de dezembro, pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, pelo ministro da Cultura, Juca Ferreira, e pelo diretor-presidente da Agência Nacional do Cinema (Ancine), Manoel Rangel. Os três participaram do lançamento do Fundo Setorial do Audiovisual, durante solenidade realizada no Palácio Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro.
Também estavam presentes o governador do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral; e os ministros das Cidades, Márcio Fortes, e da Igualdade Racial, Edson Santos. Na platéia, artistas como Cacá Dieguez, Guilherme Fontes, Hugo Carvana, Luiz Carlos Barreto, Marisa Monte e Paulo Betti.
O presidente da República afirmou que poderia parecer estranho lançar um novo fundo público numa conjuntura de instabilidade econômica internacional. “Mas é, justamente em época de crise, que temos de anunciar investimentos”.
Lula também falou sobre a crise internacional e as medidas que o Governo Federal vem tomando para injetar dinheiro no mercado e fortalecer a economia brasileira. “Senão, não vai sobrar dinheiro para as pessoas irem para o cinema.”
Leia o discurso do presidente Lula da Silva.
O ministro Juca Ferreira também defendeu a importância de colocar recursos públicos no financiamento da produção cultural. E afirmou que, ao longo dos 17 anos de Lei Rouanet, a maior parte do financiamento, via Mecenato, continua sendo de dinheiro público, com o benefício da renúncia fiscal.
“Em 1990, toda a estrutura pública federal de incentivo ao cinema foi extinta”, afirmou Manoel Rangel. “O problema imediato – a produção de filmes - foi enfrentado com os mecanismos de renúncia fiscal.” O diretor-presidente da Ancine considera que esse mecanismo não foi suficiente.
Fundo Público
O ministro da Cultura apontou o Fundo do Audiovisual como a primeira experiência de setorização do Fundo Nacional da Cultura (FNC), trazendo em si os princípios que serão usados nos outros: gestão compartilhada entre Estado e sociedade, diferentes fontes de ingresso, capacidade de financiar toda a cadeia produtiva e contribuição do próprio setor.
Durante os Diálogos Culturais – série de encontros realizados pelo Ministério da Cultura em diferentes capitais –, o ministro Juca Ferreira anunciou o objetivo de criar, também, fundos setoriais para Artes, Livro e Leitura, Patrimônio e Acesso, Cidadania e Diversidade.
Gargalos da Distribuição
Rangel reconheceu que, apesar do avanço dos últimos anos no incentivo à produção – que gerou a marca de 80 filmes produzidos por ano –, o Brasil ainda precisa enfrentar o problema da distribuição desses filmes. Por isso, uma das linhas de financiamento do Fundo Setorial do Audiovisual é para a distribuição. Segundo o ministro da Cultura, o Governo Federal precisa trabalhar novos modelos de distribuição para incluir a classe C como consumidora de filmes nacionais.
“Ainda não resolvemos o problema de distribuição”, admitiu o presidente Lula. “Quando a gente liga a TV por assinatura vê tanto filme mequetrefe.” O Fundo Setorial do Audiovisual também inclui financiamento de produções destinadas para exibição na televisão.
(Texto: Daniel Merli, Comunicação Social/MinC)(Foto: Ricardo Stuckert/PR)
Publicado por danielmerli
Categoria(s): Notícias do MinC, O dia-a-dia da Cultura
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